Há muito tempo a filosofia se tornou apenas um estudo da história da filosofia e o principal medo de Weber parece ter acontecido de uma forma tão sutil que nem ao menos percebemos ao certo: o pesquisador se separou totalmente do professor. De maneira que até mesmo suas careiras universitárias são diferentes, mesmo dentro da mesma área. Justificando parte disso, temos a consciência de que não é possível ensinar alguém a ser mais criativo, crítico ou analítico o suficiente para que se possa parar de fazer apenas analise da história da filosofia, a potencialidade filosófica vem de cada um e trabalhasse com ela como se bem deseja, mas ninguém está em um curso de filosofia por obrigação, ou por única opção assim como já foi, está por no mínimo interesse dentro do campo filosófico, entretanto o filósofo de hoje parece que vê a filosofia apenas como história da filosofia, como um curso para conhecer quem foram os principais pensadores para poderem citá-los em suas rodinhas de amigos e isso acontece de tal forma que o filósofo perdeu, quase que totalmente, sua utilidade para o meio social, onde no final das contas não sabemos mais qual o lugar dele no mundo globalizado.
As ciências adquiriram independência através da filosofia, esta historicamente instigou tudo aquilo que rodeia o homem e com o nascimento do interesse focado e massificado de apenas algumas partes da filosofia, nasceram as demais ciências e destas demais ciências outras ciências, cada vez mais voltadas a uma técnica, a um ponto, se afastando cada vez mais das suas ciências de origem, assim se sucedeu com a matemática, a física e tantas outras. Ao questionarmos o lugar da filosofia hoje, temos de saber do como ela nasceu e ao vermos isso, independente das demais definições para filosofia, vemos que o seu papel sempre foi fazer a analise de um sistema desde os seus princípios fundamentais, até mesmo metafísicos, até o seu ponto mais alto e mais complexo e as demais ciências só se tornaram o que são quando perceberam que junto a técnica era necessário também analisar as bases, os fundamentos, do que estudava. Sendo assim, a física só se tornou uma ciência a parte da filosofia por conta da própria filosofia ter definido seus fundamentos e com isso seu campo de atuação e com isso a física pode então pensar em si mesma sem o intervenho da filosofia.
Analisando por este lado e vendo que o objetivo da filosofia é estruturar o pensamento, vemos que a função da filosofia é de apenas analisar algo, dar seus fundamentos e a partir daí fundar uma nova ciência que resolverá e desenvolverá o conhecimento dentro desde novo campo. Assim também se deu com a sociologia do século XIX, por encontrar seu fundamentos, campo de atuação, ainda que por mais óbvio que fosse e toda a sua epistemologia, tornou-se assim uma nova ciência, fora da filosofia. Deste modo vemos que a filosofia era para ser desde o princípio uma ciência que cavaria sua própria cova, que se degeneraria em prol de todas as demais ciências, sendo assim uma ciência com data para morrer, ao criar a última ciência que faltaria para o mundo. E ainda vendo desta maneira, tudo que restaria ao final para um curso de filosofia seria fazer apenas história da filosofia e historiografia de algum pensador.
Entretanto, apesar de hoje haver um campo de atuação técnico para tudo aquilo que um dia a filosofia criou, a filosofia ainda pode contribuir para as ciências criadas e recuperar o seu poder analítico de outrora. Assim como dito anteriormente, a filosofia sempre foi uma analise de sistemas, seja o sistema que for, e o mundo hoje nada mais é do que um conglomerado de sistemas, estes, criados pelas suas respectivas ciências. Está então o papel da filosofia reintegrar em seu campo de estudo todas as bases das demais ciências, para que se faça uma analise de todas elas e separar, o que o vício nos faz, o que é técnica do que é realmente fundamental para a ciência e distinguir, claramente, onde começa uma ciência e onde começa a outra, principalmente entre as ciências que são tão próximas da filosofia. Logo, o papel da filosofia está justamente na atuação do que sempre fez: analisar o que cerca o homem, ainda que coisas criadas por ele mesmo, e oferecer soluções aos seus problemas, fundamentar suas ciências e distingui-las.
Porém a maneira de como isso será feito agora não é mais descobrindo e analisando fenômenos, e sim analisando as idéias de uma teoria com os fundamentos da ciência para a qual ela foi criada, é conhecer a técnica e ver se ela condiz com o seus fundamentos.
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