Mostrando postagens com marcador Ensino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ensino. Mostrar todas as postagens

sábado, 31 de outubro de 2009

Assistir para entender

 Um filme não precisa ser didático para ensinar valores importantes na formação dos alunos. Conheça obras do cinema aplaudidas por críticos e professores.
Foto: TypePad
Foto: O cinema é capaz alimentar o intelecto com diversão
O cinema é capaz de alimentar o intelecto com diversão.

Todos podem se espelhar em exemplos do cinema para descobrir maneiras de aprender e ensinar melhor. Sem deixar de se divertir nem se emocionar. Como explica a professora de Cinema e vice-coordenadora da Cinemateca da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Verônica Ferreira Dias, um filme "é sempre algo atrativo, porque traz entretenimento e reflexão também".

Para ela, quando a sétima arte retrata processos de aprendizado bem-sucedidos, é capaz de despertar o espírito crítico da sociedade. "As pessoas acabam repensando o sistema educacional, já que nem sempre têm paciência para ouvir discursos teóricos de especialistas". E Verônica não está sozinha. Arte-educador e doutor em Educação pela USP (Universidade de São Paulo), Marcos Ferreira dos Santos pensa de modo semelhante. "O cinema faz com que a gente tenha um ‘olho privilegiado’ e consigamos entrever coisas invisíveis em certas situações".

Por outro lado, o professor tem suas ressalvas e não acredita que campeões de bilheteria sejam os mais indicados para falar sobre Ensino. "Blockbusters são direcionados demais para fins comerciais, não saem do lugar-comum, e por isso é difícil alguém acordar para a necessidade de aprender". Será? A professora da PUC acha que os chamados "filmes de arte" não conseguem atingir as massas e acabam sendo um esforço muitas vezes sem grandes resultados.

"Algo como Legalmente Loira contesta o estereótipo da ‘patricinha loira e burra’, quando ela chega à Harvard e faz o público enxergar que o importante é o esforço pessoal", comenta Verônica. Clássico, cult ou popular, é sempre você quem decide. Conheça melhor abaixo os filmes selecionados pelo Educar que mostram como, de uma forma ou de outra, o importante é aprender uma lição para o resto da vida.

Dúvida
Ao Mestre com Carinho
Billy Elliot
O Céu de Outubro
Escola do Rock
Gênio Indomável
O Homem-Elefante
Legalmente Loira
Mr. Holland: Adorável Professor
Pink Floyd: The Wall
Sociedade dos Poetas Mortos


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Entrevista - Lápis, papel e muito debate

Desde o momento que o ensino da filosofia passou a fazer parte da vida dos jovens estudantes brasileiros, o panorama atual das salas de aula espalhadas pelo País mudou e abriu novas possibilidades para professores

por Karina Alméri e Edgar Melo

É comum encontrarmos professores, pedagogos e especialistas das diversas áreas do ensino criticarem a falta de percepção e senso crítico dos alunos que têm no ensino público sua única fonte para contextualizar a realidade de seu cotidiano. Retiradas do currículo obrigatório do ensino médio durante o regime militar (1964-1985) e substituídas por educação moral e cívica e OSPB, a sociologia e a filosofia voltaram com força total. Agora, Platão, Nietzsche e Bobbio dividem espaço com as matérias e temas convencionais e com as novas mídias sociais e aparelhos eletrônicos que fazem a cabeça dos jovens.

Para falar dessa evolução e, principalmente, do impacto da filosofia na vida dos alunos de ensino médio escalamos o doutor em Filosofia Antiga pela USP, professor e orientador do programa de mestrado da Universidade São Judas Tadeu e da Escola Nacional Florestan Fernandes, ex-professor do ensino Fundamental e Médio da Escola Carandá, Paulo Henrique Fernandes Silveira.

Nesta entrevista, o professor é enfático em lembrar Epicuro: “nunca é cedo demais, nem nunca é tarde demais para filosofar”.

LEIA A SEGUIR OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:

CONHECIMENTO PRÁTICO FILOSOFIA - Do ponto de vista filosófico, o que é educação?

Paulo Henrique Fernandes Silveira - Não há “um único” ponto de vista filosófico. Felizmente, como analisa Olgária Matos no livro “Filosofia – a polifonia da razão, filosofia e educação”, a diversidade de discursos e de vozes é uma característica da filosofia ocidental. Mesmo entre os antigos, havia muitas maneiras de se pensar a educação ou a formação das pessoas, o que os gregos chamam de paideia. No clássico: Paideia – a formação do homem grego, Werner Jaeger mostra como, nas diversas concepções do termo, a paideia expressa um ininterrupto processo de transformação do homem. Para os gregos, a educação estava ligada às ideias de liberdade e de felicidade. A alegoria da caverna, livro VII da República de Platão, ilustra esse movimento de libertação dos hábitos e dos preconceitos arraigados na sociedade.

CP FILOSOFIA - Em que a filosofia pode contribuir para formação dos alunos?

Paulo Henrique Fernandes Silveira - Na obra “Fedro”, Platão sugere a necessidade de uma certa ousadia do aluno. Afinal, se a filosofia nos ensina a pensar por conta própria, até o mestre deve ser “traído” em algum momento. Não me lembro se aprendi isso com Olgária Matos ou com Marilena Chauí, mas a paideia relaciona-se com o brincar, em grego: paizo. A brincadeira é uma forma de aprendermos a trocar de papel com aqueles que admiramos, até passarmos a pensar sozinhos. Ao comentar o livro de Jaeger, o filósofo Martin Heidegger acrescenta que a paideia é um exercício de amor à humanidade, como se de tanto atravessarmos os caminhos pensados pelos outros, aprendêssemos a entender aqueles que escolhemos e os que não escolhemos seguir.

CP FILOSOFIA - Qual o objetivo do ensino de filosofia para crianças?

Paulo Henrique Fernandes Silveira - Nunca é cedo demais, nem nunca é tarde demais para filosofar, diz Epicuro, como nunca é cedo ou tarde para procurarmos a felicidade. Alguns textos de filosofia não são leituras indicadas para um garoto ou uma garota de colégio, bastam os clássicos da literatura que o vestibular os obrigam a ler. Preocupado com essa questão, o americano Matthew Lipman idealizou um interessante método pedagógico, em muitos pontos, como defende o professor da Unicamp René Silveira, semelhante ao de Paulo Freire. Segundo Lipman, o objetivo do ensino de filosofia para crianças é instigar a reflexão e o diálogo entre os alunos. Para tanto, não é preciso ler a “Crítica da Razão Pura” de Kant ou as “Meditações Metafísicas” de Descartes.

CP FILOSOFIA - Até onde podemos caminhar com a filosofia e as crianças em uma escola?

Paulo Henrique Fernandes Silveira - Pode-se discutir com os alunos uma notícia de jornal que instigue o diálogo sobre os limites da razão ou a abrangência da dúvida. A sala de aula se transformaria em uma “comunidade de investigação”, onde o mestre não é o porta-voz do conhecimento, mas o articulador do debate. A ideia original de Lipman é que a capacidade de dialogar, ou seja, de saber ouvir e de expressar as ideias, é uma ferramenta fundamental para a filosofia. Por outro lado, se bem me lembro das aulas do professor Celso Favareto, na Faculdade de Educação da USP, há um grande risco de que o método de Lipman possa criar uma imagem simplista da filoso fia, e que convide todos a serem filósofos, sem passar pela árdua tarefa de ler e de compreender as complexas teorias filosófi- cas. Mais ou menos como os jovens alunos que adoram rabiscar versos poéticos, mas não se interessam muito por Drummond ou Bandeira. De todo modo, retomando a tese de Olgária Matos, que Celso Favareto coloca em prática em suas aulas, a proposta de Lipman insere-se na polifonia filosófica e indica uma alternativa para um problema sério: a dificuldade cada vez maior que as pessoas têm em ser tolerantes umas com as outras e de reconhecerem a importância e o prazer do diálogo.

CP FILOSOFIA - Como você vê um aluno que não aprendeu a refletir?

Paulo Henrique Fernandes Silveira - A pessoa que não enfrenta a paideia, diria Platão, fica presa ao cárcere da mediocridade. Numa versão dos gibis de Maurício de Souza, o homem da caverna passa o tempo vendo TV e comentando sobre a vida alheia. Além de ter uma vida besta, aquele que não sabe brincar de mudar de papel se coloca como senhor absoluto de todos os julgamentos, um tirano dos outros e de si mesmo. Estimulando o diálogo e a reflexão, a escola contribui para uma formação mais humanista.

CP FILOSOFIA - Quais danos intelectuais isso pode gerar para um estudante?

Paulo Henrique Fernandes Silveira - Talvez esse aluno não se transforme em um bem sucedido homem de negócios. Mas certamente ele tem grandes chances de se fazer um adulto criativo e inquieto, sempre buscando desafios, como Lipman, que abdicou de uma posição importante na Universidade de Columbia para ensinar crianças da periferia do Bronx a pensar e a dialogar.

***********************************

***********************************

República de Platão O mais reconhecido e famigerado dos trabalhos que Platão escreveu lançou as bases da cultura ocidental. A República é uma das obras obrigatórias e lembrada como determinante para a formação dos novos filósofos. Por mais de dois mil anos, tem sido a pedra angular da reflexão política e filosófica do homem.

Bronx Bairro de Nova York conhecido por ter sido o lugar onde nasceu o hip hop e a salsa. Nos primeiros anos do século 20, abrigou os mais diversos imigrantes como irlandeses, alemães, italianos e judeus do Leste Europeu. Todos procuravam aluguel barato e oportunidade. Durante os anos de 1970 foi marcado pela violência e conflitos étnicos e raciais.

Fonte: http://conhecimentopratico.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/19/artigo147860-1.asp

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Educar é ensinar a pensar

Fonte:http://blogdaformacao.wordpress.com/2008/03/02/educar-e-ensinar-a-pensar-video/

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin