quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Professor de Filosofia , confira o estilo da prova da Fundação Carlos Chagas


 
Uma prova para treinar e verificar o estilo da prova da Fundação Carlos Chagas.
Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Estado da Educação - Sergipe - Fundação Carlos Chagas - 2003
 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

21. O mito é essencialmente uma narrativa (...) que não se define apenas pelo tema ou objeto da narrativa, mas pelo modo de narrar. (M. Chaui)

O modo de narrar característico do pensamento mítico pode ser corretamente definido como uma forma que recorre
(A) à fantasia somente para descrever o sobrenatural.
(B)) ao mágico para descrever o mundo e o homem.
(C) à experimentação para explicar a natureza.
(D) à descrição para compreender o progresso histórico.
(E) à experimentação para descrever o mundo e a história.
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22. A razão grega é a que de maneira positiva, refletida, metódica, permite agir sobre os homens, não transformar a natureza. Dentro de seus limites como em suas inovações, é filha da cidade. (J. P. Vernant)

A partir desse excerto de Vernant, é correto afirmar que em sua visão:
(A) a expressão "milagre grego" descreve corretamente a continuidade entre o pensamento mítico e o surgimento da filosofia.
(B) o surgimento da filosofia permitiu aos gregos o desenvolvimento de tecnologias que impulsionaram seu desenvolvimento econômico.
(C)) o surgimento da filosofia é solidário da nova ordem política das cidades gregas na qual o debate público ocupa lugar central.
(D) a filosofia é a principal causa da urbanização crescente das colônias gregas a partir do século VII a.C.
(E) a democracia do mundo rural grego foi fruto do embate das doutrinas filosóficas e políticas florescidas a partir de Sócrates.
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23. A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos e de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem, tal é para eles o elemento, o princípio dos seres; e por isso julgam que nada se cria nem se destrói, como se tal natureza subsistisse para sempre. (Aristóteles)

É correto afirmar que, no trecho acima, Aristóteles refere- se:
(A) à cosmogonia de Hesíodo que, em seus poemas, apresentou uma visão filosófica da natureza.
(B) às especulações dos sofistas, caracterizadas por seu relativismo quanto ao conhecimento da natureza.
(C) à perspectiva antropológica das reflexões socráticas sobre o homem, a justiça e a virtude.
(D) à visão platônica de um mundo das idéias, caracterizado pela existência de formas eternas.
(E)) à busca, por parte dos filósofos pré-socráticos, do princípio gerador do devir e da permanência do mundo.

24. Assim, pois, a virtude é um hábito de escolha, que se acha no meio termo em relação a nós, determinada pela razão e, como faria um sábio, eqüidistância entre dois vícios, um por excesso, o outro por falta. (...) Por isso é também grande e árdua a empresa a realizar-se: pois é grande empresa encontrar o meio termo de cada coisa, como achar o centro do círculo não é para qualquer um, mas para quem sabe. (Aristóteles)

A partir do trecho acima, pode-se afirmar corretamente que, para Aristóteles, a virtude (excelência moral) é o meio termo entre
(A) dois vícios: o mal absoluto e o bem supremo.
(B) duas faculdades complementares: o hábito e a escolha.
(C) dois elementos conflitantes: a razão e o hábito.
(D)) dois extremos: o mal por excesso e o mal por falta.
(E) dois vícios: a falta de razão e o excesso de razão.
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25. Pois eu, Atenienses, devo essa reputação exclusivamente a uma ciência. Qual vem a ser essa ciência? A que é, talvez, a ciência humana. É provável que eu a possua realmente, os mestres mencionados há pouco possuem, quiçá, uma sobre-humana. (Platão)

Esse trecho, retirado da Apologia de Sócrates, é uma ilustração frisante:
(A)) do caráter antropológico da reflexão socrática.
(B) do ceticismo radical das especulações socráticas.
(C) da identidade entre o pensamento socrático e a cosmologia de Tales.
(D) da continuidade entre sua doutrina e o pensamento mítico.
(E) do surgimento da ciência experimental.
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26. Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que nada mais é senão a do próprio belo, e conheça enfim o que é em si belo.

O trecho acima transcrito pode ser corretamente interpretado como um exemplo:
(A) das perspectivas essencialistas dominantes entre os sofistas contemporâneos de Sócrates.
(B) do método de busca pela arkhé (princípio) característico dos pré-socráticos.
(C)) da dialética ascendente de Platão, que vai da imagem para subir até a essência ou a idéia.
(D) da perspectiva indutiva e empirista que caracteriza os escritos de Aristóteles.
(E) da perspectiva epicurista, que valoriza simultaneamente a alma e os sentidos.

27. Tomamos inicialmente consciência da liberdade ou de seu contrário em nosso relacionamento com outros, e não no relacionamento com nós mesmos. Antes que se tornasse um atributo do pensamento ou uma qualidade da vontade, a liberdade era entendida como o estado do homem livre, que o capacitava a se mover, a se afastar de casa, a sair para o mundo e a se encontrar com outras pessoas em palavras e ações (...). A liberdade necessitava também de um espaço comum para encontrar a companhia de outros homens. (H. Arendt)

O conceito de liberdade acima descrito tem como referência a noção
(A) kantiana de autonomia, como a lei que cada indivíduo dá a si mesmo.
(B) hobbesiana de liberdade como ausência de impedimento externo.
(C) cristã de liberdade como um atributo da alma.
(D)) antiga de liberdade como um atributo público e político.
(E) moderna de liberdade como vitória da vontade sobre o desejo.
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28. Que porém um público se esclareça a si mesmo é perfeitamente possível; mais do que isso, se lhe for dada a liberdade, é quase inevitável. Pois encontrar-se-ão sempre alguns indivíduos capazes de pensamento próprio (...) que, depois de terem sacudido de si mesmos o jugo da menoridade, espalharão em redor de si o espírito de uma avaliação racional do próprio valor e da vocação de cada homem em pensar por si mesmo.

O texto acima transcrito pode ser corretamente interpretado como um exemplo frisante:
(A) dos esforços tomistas de conciliação entre a razão e a fé.
(B) da crítica pós-moderna ao racionalismo.
(C) das primeiras formulações do ceticismo grego.
(D) dos filósofos do período helenista.
(E)) do racionalismo iluminista.
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29. O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias; as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas.

O texto acima pode ser corretamente interpretado como exemplo da crítica:
(A) marxista às formas burguesas de pensamento.
(B)) de Nietsche ao racionalismo iluminista.
(C) de Platão ao pensamento dos sofistas.
(D) iluminista ao pensamento medieval.
(E) de Agostinho aos filósofos pagãos.

30. Desde sempre o Iluminismo, no sentido mais abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu o objetivo de livrar os homens do medo e de fazer deles senhores. Mas, completamente iluminada, a terra resplandece sob o sígno do infortúnio triunfal. O programa do iluminismo era o de livrar o mundo do feitiço. Sua pretensão, a de dissolver os mitos e eliminar a imaginação, por meio do saber [...] O entendimento, que venceu a superstição, deve ter voz de comando sobre a natureza desenfeitiçada [...] O que os homens querem aprender da natureza é como aplicá-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens.

A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Adorno e Horkheimer:
(A)) o desejo de dominação do homem sobre a natureza aboliu o mito e a magia e instaurou a racionalidade técnica e controladora.
(B) o Iluminismo propiciou simultaneamente um progresso técnico e moral a partir da libertação das superstições e dos mitos.
(C) a racionalidade moderna tende a, progressivamente, libertar os homens do medo e da dominação.
(D) o infortúnio de nossa sociedade deve-se ao malogro do ideal iluminista de pleno desenvolvimento da razão.
(E) somente a contínua desmistificação da natureza poderá nos livrar definitivamente da dominação do homem sobre o homem.
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31. Verdade e falsidade podem ser predicados das proposições, nunca dos argumentos. Do mesmo modo, propriedades de validade ou invalidade só podem pertencer a argumentos dedutivos, mas nunca a proposições. (I. Copi)

A partir desse esclarecimento de Copi é correto afirmar que:
(A) a conclusão de um argumento será necessariamente um raciocínio inválido se as premissas forem falsas.
(B) se as premissas e a conclusão de um argumento forem verdadeiras, a conclusão deve necessariamente ser resultado de um raciocínio válido.
(C)) um argumento pode conter exclusivamente proposições falsas e, apesar disso, seu raciocínio pode ser válido.
(D) as premissas de um argumento podem ser todas verdadeiras e sua conclusão válida, mas falsa.
(E) é possível determinar a verdade ou falsidade de uma premissa analisando-se a validade do raciocínio.

32. O conjunto das relações de produção (que corresponde ao grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina seu ser; é seu ser social que, inversamente, determina sua consciência.

É correto afirmar que o texto acima apresenta uma visão característica:
(A) do jusnaturalismo dos séculos XVII e XVIII.
(B) do idealismo alemão do século XIX.
(C) da economia política liberal.
(D) do materialismo epicurista grego.
(E)) do materialismo histórico do século XIX.
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33. O fim da filosofia é o esclarecimento lógico dos pensamentos.
A filosofia não é uma teoria, mas uma atividade. Uma obra filosófica consiste essencialmente em elucidações.
O resultado da filosofia não são proposições filosóficas, mas é tornar proposições claras.
Cumpre à filosofia tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos.
(L. Wittgenstein)

A visão de filosofia acima expressa gerou uma corrente significativa de trabalhos cuja característica fundamental é
(A) a fusão da filosofia com as ciências da natureza, trazendo à primeira um estatuto científico.
(B)) a ênfase em estudos voltados para as linguagens, analisando-as do ponto de vista da clareza dos conceitos e da força dos argumentos.
(C) a separação entre as ciências e a metafísica, ficando esta última como tarefa eminentemente filosófica.
(D) a ênfase na construção, por parte da filosofia, de sistemas éticos, já que as proposições sobre a natureza ficam ao encargo das ciências.
(E) o abandono de qualquer pretensão de esclarecimento conceitual nos campos tradicionais da ética e da epistemologia.

34. A ciência não é um sistema de enunciados certos ou bem estabelecidos, nem um sistema que avança constantemente em direção a um estado final. Nossa ciência não é um conhecimento (episteme): ela nunca pode pretender haver atingido a verdade, ou mesmo um substituto para ela, tal como a probabilidade [...] Embora não possa atingir a verdade nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento e a procura da verdade ainda são os motivos mais fortes da descoberta científica. [...] Somos sempre nós que formulamos as questões propostas à natureza; somos nós que repetidas vezes tentamos colocar essas questões para então obter um nítido "sim" ou "não". (K. Popper)

A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Popper, as teorias científicas
(A) são convenções úteis e modelos analógicos e não têm, pois, valor ou pretensão de verdade.
(B) se caracterizam por um progresso acumulativo de verdades provadas metodicamente.
(C) constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar.
(D)) enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências são passíveis de testes e, eventualmente, refutação.
(E) constituem um conjunto de hipótese verificadas e aceitas como verdades históricas.
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35. O homem tem uma inclinação para associar-se porque se sente mais como homem num tal estado pelo desenvolvimento de suas disposições naturais. Mas ele também tem uma forte tendência a separar-se, porque encontra em si uma qualidade insociável que o leva a querer conduzir tudo simplesmente em seu proveito, esperando oposição de todos os lados [...] Esta oposição é a que, despertando todas as forças do homem, o leva a superar sua tendência à preguiça e, movido pela busca de projeção, pela ânsia de dominação ou pela cobiça, a proporcionar-se uma posição entre os companheiros que ele não atura, mas dos quais não pode prescindir. (Kant)

A partir do trecho citado, é correto afirmar que para Kant:
(A) tal como para Rousseau, a sociedade corrompe a natureza boa e livre dos homens.
(B) o Estado significa a abdicação da liberdade natural e o fim dos conflitos.
(C) a sociabilidade natural do homem é a responsável pelo seu desenvolvimento histórico.
(D) a insociabilidade humana atrapalha o curso do desenvolvimento histórico da espécie.
(E)) o antagonismo das disposições humanas é o responsável por seu desenvolvimento.

36. É característica do movimento que costumamos designar por Renascimento a
(A) hostilidade completa em relação à filosofia clássica, sobretudo a de Platão e Aristóteles.
(B)) clara busca pela separação entre fé e razão, natureza e religião, política e Igreja.
(C) ênfase na autoridade das Sagradas Escrituras e na filosofia cristã de modo geral.
(D) concepção hierárquica de universo e de ordem política.
(E) crítica ao conhecimento produzido pelos órgãos dos sentidos.
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37. Precisamos nos desfazer de todas as idéias, de todas as crenças recebidas, ou seja, libertarmo-nos de todas as tradições, de todas as autoridades, se quisermos alguma vez reencontrar a pureza nativa da nossa razão, chegar à certeza da verdade. (A. Koyré)
É correto afirmar que, nessa passagem, Koyré se refere
(A) à necessidade que tem o cético de permanecer em dúvida, por considerar impossível alcançar qualquer certeza.
(B) à proposta de São Tomás de Aquino de integrar o costume à razão para obter o conhecimento das coisas.
(C)) ao momento em que Descartes precisou da dúvida para se desfazer de idéias pré-concebidas e fundar uma ciência inteiramente baseada na razão.
(D) à continuidade do projeto renascentista de dominação da natureza que Bacon implementou no final do século XVI.
(E) à origem da crítica da razão pura, promovida por Kant em resposta ao racionalismo do século XVII.
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38. Essas longas cadeias de razões (...), de que os geômetras costumam servir-se para chegar às suas mais difíceis demonstrações, haviam-me dado ocasião de imaginar que todas as coisas possíveis de cair sob o conhecimento dos homens seguem-se umas às outras da mesma maneira, e que, contanto que nos abstenhamos somente de aceitar por verdadeira qualquer que não o seja, e que guardemos sempre a ordem necessária para deduzi-las umas das outras, não pode haver quaisquer tão afastadas a que não se chegue por fim, nem tão ocultas que não se descubram. (Descartes)

É correto afirmar que, no trecho acima, Descartes defende que
(A) não se pode obter o conhecimento da verdade.
(B) o método geométrico descreve a realidade física.
(C) o senso comum é o início de todo conhecimento científico.
(D) o conhecimento deve partir das coisas mais complexas para as mais simples.
(E)) a essência do pensamento matemático é a invenção de relações e de uma ordem entre as relações.

39. É por isso necessário a um príncipe que deseje manter seus domínios saber como praticar o mal, e fazer uso disso ou não de acordo com a necessidade. (Maquiavel)

A partir do trecho acima, pode-se afirmar corretamente que, para Maquiavel, a virtude cívica é a
(A) qualidade de flexibilidade moral que se exige de um príncipe ou governante.
(B) capacidade de adquirir riqueza para o Estado.
(C) observação das quatro virtudes cardeais: temperança, justiça, coragem e sabedoria.
(D) capacidade de ser cruel e desse modo causar medo aos adversários.
(E) a possibilidade de ser irracional, se necessário.
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40. Desta guerra de todos contra todos os homens também isto é conseqüência: nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e de injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. (Hobbes)

Nesse trecho, retirado do Leviatã, Hobbes considera que:
(A) os valores morais são anteriores à existência das leis civis.
(B) o bem e o mal são valores absolutos, mas deles não depende a definição do justo e do injusto.
(C) naturalmente os homens tendem a criar o Estado e as leis.
(D)) é o Estado que determina o sentido da lei.
(E) em nome do direito de propriedade os homens exigem a instituição do Estado.
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41. ... devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. (Locke)

Nesse trecho, Locke define a liberdade como:

(A) licenciosidade, ou direito de fazer o que se quiser.
(B) agir de acordo com a lei civil.
(C) ausência de autoridade religiosa.
(D)) não estar sujeito ao arbítrio de ninguém.
(E) exercício da virtude moral.

42. O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. (Rousseau)

Qual das seguintes afirmações a respeito dessa célebre frase, que abre o Contrato Social, NÃO PODE SER ASSOCIADA ao pensamento de Rousseau?
(A) Rousseau considera que a desigualdade entre os homens seja criada pela sociedade.
(B) Todo tipo de relação social implica subordinação.
(C) Rousseau faz uma crítica ao processo de civilização do homem.
(D) Os homens são naturalmente livres porque nasceram naturalmente iguais.
(E)) Os reis governam por direito divino.
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43. O sol não nascerá amanhã é uma proposição tão inteligível e implica tanta contradição como o sol nascerá amanhã. Seria inútil, portanto, toda tentativa de demonstrar sua falsidade. Se fosse demonstrativamente falsa, implicaria contradição e não poderia jamais ser distintamente concebida pela mente. (Hume)

No excerto acima, é correto dizer que, segundo Hume:
(A)) é impossível provar demonstrativamente um fato da natureza.
(B) a afirmação o sol nascerá amanhã é científica.
(C) somos incapazes de imaginar o contrário de uma questão de fato.
(D) algo pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo.
(E) a matemática deve servir de método para o estudo da natureza.
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44. Até agora, diz Kant, a metafísica tem sido uma insensatez dogmática. Tem sido a pretensão de conhecer aqueles seres que, justamente, escapam de toda possibilidade humana de conhecimento (...). Essa metafísica não é possível. (M. Chaui)

Costumou-se designar o pensamento de Kant de filosofia crítica porque:
(A) é uma vertente do ceticismo grego.
(B) propõe que a filosofia seja somente uma crítica ao dogmatismo.
(C)) estabelece limites à possibilidade de conhecimento da razão.
(D) defende que não temos meios de conhecer nada.
(E) pretende conhecer os objetos centrais da metafísica: Deus, alma, substância etc.

45. O que Comte procura sempre são leis invariáveis, de acordo com o modelo da física e da matemática, paradigmas da ordem. Por isso, a história é pensada como uma sucessão ordenada (...), e a sociedade será pensada como uma totalidade orgânica dividida em segmentos ou classes, que se relacionam de maneira estática. (Franklin L. e Silva)

De acordo com o trecho acima, é FALSO afirmar que:
(A) A filosofia de Comte deve ser compreendida a partir do êxito das ciências exatas e naturais.
(B)) O positivismo adota o conceito de luta de classes para explicar as mudanças históricas.
(C) Ordem e progresso são noções centrais para a compreensão do positivismo.
(D) A sociologia, ciência que estuda a sociedade, deve procurar pelas leis que regem a conduta e as relações humanas.
(E) Há, no positivismo, uma crença no processo evolutivo da sociedade.
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46. A metáfora da relação entre senhor e escravo, entre quem submete e quem é submetido, procura mostrar (....) como, dialeticamente, os papéis acabam por se inverter, já que o senhor também precisa ser reconhecido como tal pelo escravo. (D. Marcondes)

No trecho acima, é correto afirmar que o autor se refere:
(A)) a uma poderosa imagem utilizada por Hegel não só para descrever o processo de constituição da consciência, mas para exemplificar as conseqüências morais da relação de escravidão.
(B) ao pensamento de Heidegger, e sua investigação filosófica dos conceitos relativos às modalidades ônticas.
(C) à fenomenologia de Husserl, que tentou separar a psicologia e filosofia, manter o privilégio do sujeito do conhecimento e ampliar o conceito de fenômeno.
(D) a um dos principais artigos da Declaração dos Direitos do Homem (1789).
(E) ao nascimento da sociologia, no final do século XIX, como estudo das relações sociais.
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47. É hábito de nosso tempo nada desejar intensamente. O ideal de caráter é não ter nenhum caráter marcante; aleijar por compressão, como fazem os chineses com os pés das mulheres, toda parte da natureza humana que projete uma saliência, e tenda a tornar uma pessoa notadamente dissimilar em relação ao perfil comum da humanidade. (Stuart Mill)

No excerto acima Stuart Mill expressa uma crítica:
(A) aos movimentos sindicais e socialistas, muito atuantes em meados do século XIX na Inglaterra.
(B) à imprensa vitoriana, que não respeitava a individualidade dos cidadãos, expondo-a à opinião pública.
(C) à doutrina positivista, e sua proposta de uma sociedade hierarquizada.
(D) aos governantes dos grandes impérios, que esmagam o potencial de desenvolvimento dos mais pobres.
(E)) aos que afirmam ser possível conhecer as verdadeiras finalidades da vida e reprimir os que se opõem a elas, disseminando falsidades perniciosas.

48. Ora, na realidade, para o existencialista, não há amor diferente daquele que se constrói; não há possibilidade de amor senão a que se manifesta no amor, não há gênio senão o que se exprime nas obras de arte. (Sartre)

De acordo com esse excerto de Sartre, é correto afirmar que:
(A) a essência do homem, seus sentimentos, sua razão, determinam o modo como ele age em relação a outros e a si mesmo.
(B) é possível definir o homem sem considerar sua cultura e sua história.
(C) as intenções equivalem a atos.
(D)) o homem é o que ele faz.
(E) a condição humana se caracteriza pela dominação de um homem por outro e pela inexistência de liberdade.
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49. A expressão microfísica do poder, cunhada pelo filósofo Michel Foucault, designa:
(A) as mudanças de regime político nos períodos revolucionários.
(B)) uma rede de dispositivos ou mecanismos de poder que se disseminam por toda a estrutura social.
(C) a forma repressiva da dominação capitalista.
(D) o Estado como instância coercitiva que origina e fundamenta todo tipo de poder social.
(E) o aparato de pompa envolvido no espetáculo das punições durante o Antigo Regime.
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50. O irracionalismo foi gerado, em parte, pela identificação que se produziu (...) entre a razão sistêmica e a razão em si. Opor-se ao sistema equivalia, assim, a opor-se à própria razão. A razão não pode deixar de ser vista como opressora, quando o poder que oprime fala em nome dela e quando ela é percebida como a única possível. (S.P. Rouanet)

A partir do excerto acima, é possível afirmar corretamente que, para a teoria da ação comunicativa de Habermas:
(A)) o irracionalismo surge, paradoxalmente, como resultado da confiança excessiva na possibilidade de esclarecimento promovida pela razão.
(B) a razão e a verdade devem estar a serviço de uma ideologia política.
(C) são racionais as proposições que correspondam a uma verdade objetiva, não a um processo argumentativo.
(D) a economia, como ciência racional, tem condições de prever o desenvolvimento da sociedade.
(E) quando vários argumentos são usados para refutar uma afirmação, a razão corre o risco de desaparecer e, junto com ela, a liberdade.

GABARITO
21B – 22C – 23E – 24D – 25A- 26C – 27D – 28E – 29B – 30A

31C – 32E – 33B – 34D – 35E – 36B – 37C – 38E – 39A – 40D

41D – 42E – 43A- 44C – 45B – 46A – 47E – 48D – 49B – 50A


Fonte: http://www.filosofia.com.br

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